Câmara aprova projeto que cria política de valorização das mulheres na
área de segurança pública
Entre
outras medidas, o texto prevê a promoção de equidade na ocupação dos cargos
gerenciais e reserva de vagas em concursos
Zeca Ribeiro/Câmara dos
Deputados
Elcione Barbalho, relatora do
projeto de lei
A Câmara
dos Deputados aprovou nesta terça-feira (15) projeto de lei que cria a Política
Nacional de Valorização das Mulheres na Área de Segurança Pública, com
diretrizes relacionadas à reserva de vagas em concursos públicos e aumento da
licença-maternidade. A matéria será enviada ao Senado.
De autoria
da deputada Tereza Nelma (PSDB-AL) e outras sete deputadas, o Projeto de Lei 1529/21 contou com parecer
favorável da deputada Elcione Barbalho (MDB-PA), que apresentou
emendas de redação pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania
(CCJ).
Pela
proposta, a política deverá se guiar por diretrizes como a reserva para as
mulheres de, pelo menos, 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos na
área de segurança pública; a promoção do aumento da licença-maternidade para,
pelo menos, 180 dias; e a promoção de equidade na ocupação dos cargos
gerenciais.
O texto
determina que deverá haver publicidade e publicação expressa nos editais sobre
essa reserva de vagas, além da realização de pesquisas, estudos e estatísticas
sobre o perfil das servidoras e sobre a ocupação de cargos.
Zeca Ribeiro/Câmara dos
Deputados
Tereza Nelma, autora do projeto
de lei
Deverá
ocorrer ainda promoção de estratégia para enfrentamento ao assédio e à
violência contra as mulheres no âmbito do ambiente de trabalho e a inclusão
obrigatória, nos cursos de formação, de conteúdos relacionados à igualdade
entre homens e mulheres com ênfase no ambiente organizacional.
Recursos
condicionados
O projeto também inclui a existência de um plano de valorização das mulheres na
área de segurança pública no âmbito dos estados e dos municípios para
possibilitar o recebimento de recursos transferidos pela União por meio do
Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP).
A Lei 13.756/18 já condiciona esses repasses, no
montante de 50% do obtido por meio de loterias, à existência de um plano de
segurança e de aplicação dos recursos e a um conjunto de critérios para a
promoção e a progressão funcional, por antiguidade e merecimento, de peritos,
de policiais civis e militares e de integrantes dos corpos de bombeiros
militares.
Debate em
Plenário
No debate da proposta em Plenário, a deputada Joenia
Wapichana (Rede-RR) defendeu a cota de 20% para policiais femininas.
"É importante estabelecer 20% de vagas para mulheres, principalmente para
execução de políticas públicas. Ainda é muito pouco o número de mulheres na
área de segurança pública", afirmou.
Já o
deputado Tiago Mitraud (Novo-MG) criticou a cota e
reclamou da possibilidade de oferecer licença-maternidade acima de 180 dias
para policiais mulheres. "Essas regras não são ideais e não deveriam ser
exigidas para repasses do Fundo Nacional de Segurança Pública", declarou.
Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei
Reportagem
– Eduardo Piovesan e Francisco Brandão
Edição – Pierre Triboli
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